quinta-feira, outubro 19, 2006

O aborto, o referendo e Jesus

A Regra de Ouro estabelecida por Jesus consiste no mandamento do Amor. Todos os pensamentos, atitudes e acções devem ser regidos exclusivamente pelo Amor. Daqui derivam todos os outros mandamentos a que estamos habituados: não matarás, não roubarás, não cometerás adultério,...

O aborto é uma clara violação do Mandamento do Amor. Interromper uma gravidez é matar o bebé (ou feto, se preferirem uma palavra mais fria) que se gera no útero da mulher. Tenha dez semanas, oito, seis, quatro, uma... O número de dias de vida não é relevante. A partir da fecundação, é vida humana. Assim sendo, acabar com esta vida é matar, e portanto desrespeitar o Mandamento do Amor imposto por Jesus.

Mas parece que esta questão não é assim tão linear. Aproxima-se um referendo. A questão colocada não é se o aborto é uma coisa boa ou má, mas sim se se deve levar a tribunal e condenar as mulheres que o fazem. Pois hoje dei por mim a pensar o que faria Jesus se vivesse hoje. Qual seria o seu voto?

Até ao dia de hoje a minha opinião sobre o assunto era um não intransigente. Não há desculpas para uma gravidez acidental, e acima de tudo, o aborto é um acto criminoso horrendo. Portanto era evidente que votaria não. Mas quando hoje, pela primeira vez, me perguntei sobre a atitude de Jesus perante este assunto, não foram palavras como "Não matarás" que ouvi dentro de mim. Pelo contrário:

"Também eu não te condeno."

Estas são palavras de Jesus, que encontramos em João 8, 3-11:

Os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E tu que dizes?»

Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, põs-se a escrever com o dedo na terra.

Como insistissem em interrogá-lo, ergeu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra. Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles.

Então, Jesus ergeu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»

Este episódio da vida de Jesus é normalmente usado para ilustrar a capacidade de perdão de Jesus, mas o que ele disse foi "eu não te condeno". E aqui, parece-me, está uma grande lição. Jesus falava abertamente sobre o adultério enquanto pecado e poluição do espírito, e no entanto, no momento em que se depara com alguém que o cometeu, não faz absolutamente nada para o condenar.

O aborto, tal como o adultério, é uma violação do principal mandamento de Jesus. Já sabemos o que Jesus faria em relação ao adultério. Será que faria o mesmo em relação ao aborto?

segunda-feira, outubro 02, 2006

O Sudário de Turim

O Sudário de Turim é um pano onde se pode ver marcada uma imagem muito ténue representando um homem morto (frente e costas) aparentemente vítima de crucificação. O Sudário tem manchas de sangue em sítios que na imagem correspondem à cabeça, lado, pulsos e pés. (imagens aqui) Até aqui nada disto parece ser invulgar; existem inúmeras representações de Jesus morto. Mas quantas destas representações revelam isto no negativo da sua fotografia?

Foi por causa desse negativo (que na verdade é um positivo) que a Ciência se começou a interessar pelo Sudário, e descobriram algumas coisas interessantes, nomeadamente que o sangue presente no Sudário é de facto sangue humano, e que não há quaisquer vestígios de qualquer espécie de tinta ou pigmentação no tecido. O Sudário de Turim não é uma pintura.

Fizeram, evidentemente, um teste de datação por Carbono-14, e o resultado deixou muitos cépticos felizes: o Sudário era do século XIII. Mas se este pano é uma obra de arte da Idade Média, como é que foi feito? Até hoje nenhum cientista conseguiu responder a esta questão. Não se consegue reproduzir nada semelhante ao Sudário com os materiais disponíveis na época. E mesmo aqueles que dizem que se consegue, através de técnica X ou Y, fazer uma imagem aparentemente igual à do Sudário, esquecem-se que este pano tem muitas outras propriedades. Para além disso, se um artista medieval conseguiu produzir o Sudário de Turim, era um Génio (mais informação aqui, no fundo da página, a vermelho), que possuía conhecimentos forensicos actuais. Um Génio que, curiosamente, não deixou mais nenhum vestígio da sua existência. Será este génio Leonardo Da Vinci? Dificilmente.

Esta é a única explicação plausível para o Sudário, caso acreditemos na datação por Carbono 14. Mas e se esse teste estiver errado? Sabe-se, através da observação directa do Sudário, que este foi remendado várias vezes. E se um desses remendos estivesse de tal modo perfeito que pudesse ser confundido com o tecido original? Estará esta datação incorrecta?

Para além de todas as evidências científicas que apontam para um erro de datação, temos também algumas pinturas antigas de Jesus, bastante anteriores ao século XIII, que coincidem exactamente com a imagem no Sudário.

Então, o que é este pano misterioso? O verdadeiro Sudário de Jesus? Possivelmente. Temos uma fotografia desse homem a quem chamaram Cristo? Talvez.

E como é que a imagem se formou no pano, afinal?