domingo, abril 08, 2007

Jesus Está Vivo


O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão-de passar.
(Mateus 24, 35)

sábado, abril 07, 2007

Vigília Pascal

Fui à missa pela primeira vez. Não tenciono voltar.

Sendo que esta era uma das missas mais importantes do ano, se não mesmo a mais importante, estava à espera de uma coisa mesmo gira, e foi por isso que fui. Primeiro houve a coisa do fogo (Jesus é a Luz que ilumina os Homens), e ia toda a gente com as velinhas acesas. Essa parte até tinha a sua razão de ser. Mas por que é que Jesus é a Luz? Não se leu nenhuma passagem "luminosa", não se citou Jesus. Disseram prali umas coisas de "eu renuncio" e "eu creio" e pronto. Depois cantaram umas musiquinhas, que descritas numa palavra eram: horríveis (nada como "Jesus is my Rock"). Até na música conseguem pôr sofrimento...

As passagens que se leram foram a Criação, com o seu célebre versículo vegetariano (Génesis 1, 29) - mais uma vez, ignorado -, a travessia do Mar Vermelho, e a passagem da Ressureição (Lucas). De todas as passagens interessantes que podiam ter lido, foram estas que escolheram... A Criação nem vou comentar. Um discurso daqueles nos dias de hoje não tem explicação possível. A travessia do Mar Vermelho... Quanto a isto só tenho duas coisas a dizer. Primeiro, como é que não se riem quando dizem "os nossos antepassados" referindo-se aos Judeus? Mas será que alguma daquelas pessoas ali tinha sangue judeu? Segundo, como é que conciliam aquele Deus vingativo, sádico e incitador de guerras com o Deus Caritas Est de Jesus? Também não sei qual é a razão de ser de uma música ou hino ou whatever cujo refrão começa com "o Senhor é um guerreiro". Deus pareceu-me um sanguinário.

Fartaram-se de citar "S." Paulo durante a missa. Quanto a isso já disse o que tinha a dizer. Mas não consigui evitar uma certa náusea cada vez que o padre dizia aquele nonsense da epístola aos romanos...

Aliás, aquele padre parecia perito em dizer coisas horríveis. A pior de todas foi qualquer coisa do estilo: "A nossa fé começa na Páscoa, e sem ela não faria sentido. Sem a Ressureição, o Cristianismo não existiria." Hã?? O que eu temia afinal é mesmo verdade: tudo o que Jesus disse e fez antes da Paixão não tem qualquer relevância. Até se podia ter dedicado ao malabarismo que era igual. Se Jesus não venceu a morte, nenhum dos seus ensinamentos tem qualquer autoridade, nem o seu exemplo é bom - é esta a mensagem que se passa na igreja? Isto irrita-me; e faz-me sempre lembrar pessoas que só fazem certas coisas pela recompensa...

Para além da péssima homilia, também não gostei dos rituais todos. Para que é todo aquele senta-levanta-senta-levanta, e as coisas decoradas que se respondem ao padre? E o cestinho da esmola... Não era Jesus que não gostava que se desse esmola em público? (Mt 6, 1-6)

No geral, pareceu-me tudo muito vazio. E se me ponho a imaginar tudo aquilo em latim, como o Bento XVI quer... Definitivamente eu gosto tanto da Igreja Católica como de nozes rançosas, e não fosse o facto de ser dominante neste país e no mundo, estava decidida a ignorar a sua existência até ao final dos meus dias. Não pretendo com isto ofender nenhum bom católico que esteja por aqui a passar - gosto tanto de católicos como de qualquer outra pessoa.
Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, eu estou no meio deles.
(Mateus 18, 19)
Estavas lá, Yeshua? Não te vi.

sexta-feira, abril 06, 2007

Mc 15, 34-37

E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? Ao ouvi-lo, alguns que estavam ali disseram: «Está a chamar por Elias!» Um deles correu a embeber uma esponja em vinagre, pô-la numa cana e deu-lhe de beber, dizendo: «Esperemos, a ver se Elias vem tirá-lo dali.» Mas Jesus, com um grito forte, expirou.

A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, & Eu

No outro dia fiz um quiz chamado Are You a 'Passion' Christian? Tive 17 numa escala de 0 a 100: You probably didn't like "The Passion of the Christ" and may even have found it offensive. For you the heart of Christianity is not so much in Jesus' sufferings but in his living example and ethical teachings.

Claro que a segunda frase está certa. Mas a primeira até é um bocado irónica, tendo em conta que foi A Paixão de Cristo que me "apresentou" Jesus. Se eu nunca tivesse visto A Paixão, provavelmente este blog não existia, e muitas das coisas que fiz ou disse tinha feito ou dito de outra forma. A Paixão é mais do que um marco, é um verdadeiro turning point.

Wake up.

Nem sei bem explicar porquê. De acordo com todos os meus critérios, o filme nem é uma coisa assim tão boa. Para começar tem demasiada violência, que eu normalmente evito seja em que tipo de filme for. E depois, não há propriamente uma "história" a ser contada, aspecto que valorizo acima de todos os outros no cinema. Apesar disto, A Paixão é #1.

Vi o filme duas vezes no cinema (e outras tantas fora do cinema). A primeira vez foi uma das experiências mais... estranhas, que já tive. Fui com umas amigas, e saímos todas do filme em silêncio. Não é comum um grupo sair do cinema e ficar 10 minutos à porta sem falar, à espera das boleias. Acho que nenhuma de nós estava à espera do que viu. Não é pela violência, apesar de a violência contribuir, mas sim pela injustiça, pela crueldade. Jesus era um homem pacífico, não merecia o que lhe fizeram.

Jim Caviezel também tem muito a ver com o efeito do filme. A representação dele é tão perfeita, que no ecrã quem eu vejo é Jesus, não o Jim. Se já viram o filme, lembrem-se de quando ele está na cruz e olha para a câmara, através da câmara. Se o efeito pretendido era um olhar-até-à-alma, foi conseguido.

Wake up.

Da segunda vez que vi o filme chorei o tempo todo. Dizem que chorar faz bem, e eu às vezes até acho que é verdade. Fui ler os Evangelhos com mais atenção. Já tinha lido um, Mateus, mas não dei muita atenção. Com a segunda leitura, tudo fazia muito mais sentido. Então este era o homem que eu tinha visto morrer no cinema. Achei maravilhosas as coisas que ele dizia e fazia.

WAKE UP

Às vezes temos momentos na vida que mais tarde dizemos terem sido a nossa "wake-up call". Eu tive uma wake-up call em duas partes. Uma mensagem em duas partes. Primeiro, um Jesus ensaguentado, coroado com espinhos, dizendo "Vês, Mãe, eu renovo todas as coisas". Depois, um Jesus sorridente falando sobre a Regra de Ouro.

Não acho que Jesus se resuma à sua Paixão. Partir deste princípio é negar tudo o que ele disse e fez durante a sua vida. E há muitas pessoas, talvez Mel Gibson incluído, que o fazem. E se A Paixão de Cristo resume em si o coração da Cristandade, não me parece uma coisa muito interessante. Mas se teve este efeito em mim, se calhar até o teve noutras pessoas, por esse mundo fora. Só por isso, SHALOM! a todos aqueles que trabalharam para o fazer.

domingo, abril 01, 2007

Hosanna!

Bem-vindo, Jesus!



Hey JC, JC, won't you smile at me?